sábado, 18 de outubro de 2008

Quase

Quase como um grito de desespero
Quase como uma explosão de sentimentos
Quase como uma reação em cadeia
Quase como um ser humano em pleno estado profundo de tristeza

Eu grito
Eu explodo
Eu reajo
E ninguém parece perceber

Ninguém parece se importar
Ninguém parece entender
Ninguém parece enxergar

Como se uma barreira nos dividisse
Como se uma redoma de vidro me protegesse
Como se nada que faça ou fale tenha expressão, sentido...

Eu já sabia que não agüentaria outra recaída
Muito menos uma similar a última
Coração e estrutura familiar abaladas
Ao mesmo tempo
As únicas coisas qual me seguram para que eu pense no amanhã.

Se meu coração já partido, desistiu de ser amado
Se meu corpo já desperdiçado, desistiu de ser usado
Se minha mente já decepcionada, desistiu de ser explorada
Se meus beijos já rejeitados, desistiram de ser compartilhados

O que me resta?
Responda-me o que me resta?
A esperança injetada dias atrás foi cruelmente cortada novamente
Consciente e direta, cortada de maneira tão eficaz
Que se quer deixou ferida, apenas mais uma cicatriz, no mesmo lugar.

Se não vejo futuro
Se não tenho perspectiva
Qual o fundamento de viver?
Qual o fundamento de participar?
Para que absorver tanta coisa ruim, e ao mesmo tempo?
Serei eu um infeliz caído como erro divino em uma sociedade onde todos
conseguem mesmo que momentaneamente ser feliz?
Se houve erro, eu terei a grata atitude de conserta-lo tirando minha própria vida.
Assim aliviarei a apreensão dos próximos, a preocupação de muitos e principalmente.
A minha dor.

Se puder ser divino, sublime, faça-o tu mesmo.
Me tire dessa vida, de uma maneira ou de outra suplico.

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