segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

De onde você veio....

Negro, 29 anos com uma ascendência africana forte. Desde novo já na luta, buscando sempre o próprio espaço, seja ele na Barra da Tijuca cercado de ricos, ou em Nilópolis cercado de pobres.

Sem muita oportunidade de me aprofundar em assuntos que mereçam destaque, da forma que pude eu busquei informações, principalmente pelo meu modo de pensar, que é de questionar sempre o por que das coisas. Desde a coisa mais simples até as mais complexas eu por vontade própria criei meus meios de armazenar dados e construir minhas idéias. Saber a origem das coisas, como surgiram, quem teve a idéia ou ao menos quando ela apareceu.

Nunca fiz curso de inglês porém tenho fluente na ponta da língua, digno de ser elogiado por muitos amigos americanos e europeus que fiz durante a vida, por um propósito bastante simples, não suportava a idéia de não saber o que as musicas gringas que aqui chegavam significavam, assistia filmes e me sentia escravizado pelas legendas pois como saberia que realmente a tradução, era aquilo que falavam?

Fui construindo todas as coisas que sei baseado neste mesmo propósito, saber de onde veio, como foi feito, se evoluiu, enfim...

O hip hop chegou ao Brasil numa época de revolução racial, onde os negros aparentemente conquistaram seu lugar e mercado. Produtos e linguagem especial são usadas e oferecidos para o novo mercado, e a atitude black americana que vem acompanhada do hip hop é gritante a ponto de ser impossível imaginar a cultura sem relacionar aos afroamericanos. Porém com o pouco contato que tive com os negros que aqui vivem, e seguem esta cultura como parte primordial de suas vidas, pude perceber o quanto eles ainda vivem escravizados. Presos a um ideal falso, cujo não sabem o propósito e nem buscam saber, andam como cópias dos negros americanos sem ao menos mensurar o que seria adaptável para o Brasil, pelo clima, estilo, etc.

Não sabem a origem de nada porém fazem questão de seguir e repetir todas as atitudes que vêem. Cantam felizes músicas em inglês e não fazem idéia do que falam, alienados por uma vontade de se impor como negro, acabam envergonhando nossos antepassados que aqui sofreram e lutaram muito para poderem insurgir contra o sistema da época. Criam estereótipos e personagens para se esconderem por trás, camuflando a real situação e vivendo uma fantasia que no final custará muito caro, a sua própria sorte.
Uma busca sedenta por imposição e achar algo que se identifiquem, pobres coitados acabam numa armadilha feia criada por eles mesmos, absorvem tudo sem filtrar e esquecem do principal que o movimento traz como bandeira, a união.

Graças a união do povo afroamericano, eles conseguiram que hoje possam existir bairros negros de alto luxo, que a maior apresentadora de todos os tempos e mais rica seja negra, criando mercados próprios e por fim exportando sua cultura pro mundo todo. Diferente disso, o que ocorre aqui é vergonhoso talvez por essa herança ruim que foi deixada pelas senzalas, onde cada dia era uma disputa por comida e vida, numa época que os negros de melhor aparência eram usados no casarão, e com isso a oportunidade de se vestir diferente com roupas de fidalgo, o suficiente para que os mesmos tripudiassem dos irmãos que trabalhavam em outras áreas como engenho, agricultura, etc.

Importaram a atitude “gangsta”, e esqueceram de importar o que realmente tem valor, que é o senso de união não só da nação negra mas de todos os povos, brancos, espanicos, orientais, todos com um propósito, pedir paz, expressões através de protestos, raps, grafites urbanos, danças.

De tão alienados não conseguem enxergar que hoje em dia o ideal é diferente, é ter uma boa vida, objetivar isso e planejar como conseguir. Hip hop esse que no inicio realmente servia de protesto hoje em dia é um mercado rentável e o afroamericano descobriu que poderia ficar milionário com isso, nada mais justo. Nessa fantasia de “gangsta” mantém suas vidas atreladas a coisas sem valor, se prendendo a lugares sem essência, que não trazem nenhum valor financeiro ou pessoal para quem os freqüenta, se dizem tão ativos mas se mostram os mais fracos e medrosos ao serem convidados para um meio diferente onde deveriam representar e abrir portas, se deslumbram ao namorar uma branca, quando na verdade deveria ser uma coisa normal, se afundam cada vez mais na ignorância negra, pois nenhum desses ativos sabem se quer a historia de seu povo, o que ícones como Malcolm X, Martin Luther King Jr., Zumbi, Simonal, se perdem cada vez mais ficando distante das coisas que realmente importam, como crescer na vida como ser humano e não ser segregado ou segregante.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

E eu...

Não importa onde eu esteja
Minha mente já condicionada
Pensa em você

Já não consigo fugir
Já nem penso em fugir
Não quero opção
Não quero distração
Pensar em você já me basta

E eu que não queria nada
Eu que nem me preparei
Que quando percebi
Já estava perdido por ti

Não aja com receio
Não tema o que vier
Não segure e te entregues
Pois comigo estas bem guardada

Vem que com um abraço
Te faço perder o caminho
Que com um beijo
Te faço perder o chão
Que tenho o que precisa
Pra te fazer feliz

E eu
Eu já nem me importo
Com o que passou
Com erro seu e meu
Com coisas que não posso mudar

E eu que estou mais
Mais ligado no que posso fazer
Mais preocupado com o que posso mudar
Mais futuro
Mais presente
Mais amor
Mais você

E eu...

(Ouvindo Maxwell - Bad Habits Live at GMA)